domingo, 7 de março de 2021

Stop Virus


Nome: Stop Virus
Editora: PCnonogames
Autor: Copy, Nono, Sergio thEpOpE
Ano de lançamento: 2021
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 /128 K
Número de jogadores: 1

A PCnonogames lançou um dos jogos mais originais dos últimos tempos, mas de alguma forma a implementação não foi perfeita e parece-nos mesmo um retrocesso relativamente aos anteriores, nomeadamente Trashman: Crisis Time e Code-112. Talvez o AGDxMini não seja a ferramenta ideal para um jogo com estas características, embora se louve o arrojo dos programadores. Mantendo os predicados que fizeram dos seus jogos anteriores um sucesso e bastante elogiados pela crítica, com ênfase na música, sempre de excepcional qualidade, parece-nos que Stop Virus irá cair no esquecimento, um pouco o que aconteceu com Paintball 2048, com o qual, curiosamente, partilha o "engine".

Assim, esta maldita pandemia que não há maneira de terminar, continua a ser tema para jogos para o Spectrum. Em Stop Virus, tal como na vida real, os cientistas já têm uma vacina, mas esta deve ser usada da forma correcta, de modo a tornar-se eficaz. A nossa missão é ao longo de 11 níveis, eliminar todos os vírus e, no fim, o "big boss" que os regenera. E como é que isso é feito? Através de uma seringa, a qual direciona as gotas da vacina contra as bactérias e vírus, eliminando-as. Assim que cada zona fica limpa de vírus, abre-se a porta para nova zona (ou nível, se preferirem). 

A mecânica do jogo inspira-se em dois clássicos das arcadas, e também do ZX Spectrum. Em primeiro lugar, e de forma bastante óbvia, Breakout (e Arkanoid... E Batty... E Krakout...). Troque-se a seringa por um bastão, as gotas de vacina por uma bola, e as diferenças não serão muitas. Mas apenas na forma de jogar, pois ao nível da jogabilidade, as diferenças não poderiam ser maiores, infelizmente para pior.

Em segundo lugar, Pinball. Existem barreiras nos cenários que actuam tal e qual como as tabelas do pinball. Além disso, no fim tem que se dirigir a gota da vacina para a porta de saída, num processo que faz lembrar esse popular jogo. Mas, mais uma vez, também fica a perder relativamente a jogos como Advanced Pinball, Macadam Bumper, já não falando de Time Scanner.

Quais são então os principais problemas e que acabam por fazer com que Stop Virus não consiga o melhor de cada um dos géneros? Para começar, os gráficos, diminutos, mais apropriados para o Space Invaders do que para um jogo deste género. Bem sabemos que isto é uma característica desta ferramenta, mas até agora ainda não vimos nenhum jogo que a utilizasse e nos enchesse as medidas.

Depois, o movimento da gota de vacina. Parece que anda aos repelões, e quando estão muitos elementos no ecrã, nomeadamente vírus, desloca-se com uma lentidão exasperante. Mais à frente depois de irmos eliminando os vírus, a velocidade aumenta. Pode-se dizer que poderia ser um efeito semelhante ao acelerar da velocidade da bola à medida que o tempo passa, tal como acontece nos clones de Breakout, mas não é essa a sensação com que se fica, até porque se pode ficar infinitamente a "bater bolas" no mesmo local, sem que isso cause alguma mudança na rapidez com que as gotas se deslocam.

Por fim, e será mais mais uma vez consequência do motor utilizado, são poucos os ângulos utilizados no rebate das gotas de vacinas. Aliás, para que se consiga rebatê-las na diagonal, tem que se dar um solavanco na seringa, por forma a que essa mude a direcção, doutra forma rebate-a apenas na vertical. 

Se não relevarmos todas as lacunas apontadas, então vamos encontrar um jogo que nos vai entreter durante algum tempo. Os primeiros níveis são relativamente fáceis, pois os vírus estão estáticos no ecrã. No entanto, a partir de certa altura, começam a descer. Se atingem a zona da seringa e essa não os elimina, o jogo acaba imediatamente.

Por cada nível temos cinco seringas. Perde-se uma de cada vez que não conseguimos rebater a gota de vacina. Mas em níveis mais avançados, os próprios vírus contra-atacam, enviando contra nós objectos, que se nos tocam, roubam uma vida. Felizmente que por vezes também enviam seringas extra, aumentando o nosso pecúlio de reserva, assim como gotas de vacina, ficando várias a rolar no ecrã e aumentando as hipóteses de eliminar os vírus. Felizmente que de cada vez que passamos de nível, o stock de seringas regenera, pelo que se terminarmos o nível anterior na penúria, não vai hipotecar as hipóteses de termos sucesso no nível seguinte.

Stop Virus é um jogo que consegue divertir, mas ficamos com a ideia de que poderia ter sido bastante melhor. Não sabemos as limitações que a ferramenta usada possa ter provocado, mas a sensação com que ficamos é que foi tudo terminado muito à pressa.

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