terça-feira, 9 de março de 2021

Dizzy (Extended Edition 2021)

 

Nome: Dizzy (Extended Edition 2021)
Editora: Code Masters (versão 1987)
Autor: Andrei Titov (Dr. Titus), The Oliver Twins
Ano de lançamento: 2021
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: kempston
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

se há personagem do mundo do Spectrum que é mundialmente conhecida, essa é Dizzy, o famoso ovo, que salta de maneira estranha, que não sabe nadar, e que tem uma tendência inata para se meter em sarilhos e resolver os dos outros. Deu origem a quase uma dezena oficial de versões, e mais umas tantas dezenas não oficiais, além de ter inspirado muitas aventuras para todo o tipo de plataformas. É também bastante popular no Leste da Europa, não sendo assim por acaso que foi uma equipa que veio maioritariamente da Rússia a responsabilizar-se pelo remake Crystal Kingdom Dizzy e,  mais recentemente, pelo magnífico Wonderful Dizzy, o grande vencedor da gala GOTY 2020 de Planeta Sinclair.

Agora, novamente vindo do Leste (Dr. Titus), com o aval dos Oliver Twins, os criadores originais de Dizzy, chega um remake do primeiro episódio da saga. Aliás, é muito mais que um remake, pois as mudanças e os acrescentos são tantos, que praticamente parece estarmos perante um jogo novo. Apenas referindo as mais relevantes:
  • 16 novos ecrãs
  • 11 novos itens
  • O código foi otimizado e os gráficos são agora duas a três vezes mais rápidos, o que faz com que o próprio jogo se torne mais rápido e suave
  • Objetos redesenhados
  • Foram limpos alguns bugs
  • Adicionados novos sons
  • Adicionado um pequeno enredo
  • Dizzy agora é exibido como "máscara"


Os dois primeiros pontos, os novos ecrãs e objectos, transfiguram completamente Dizzy, que não só tem uma nova maneira de se terminar (os novos objectos a isso obrigam), mas também duplica o tempo de jogo. Mas isto também tem uma consequência imediata, inerente à única lacuna que encontramos no original: apenas se pode carregar um objecto de cada vez. Assim, o vaivém que já tínhamos que fazer na versão de 1987, é agora ainda maior, não obstante existirem portais secretos em alguns pontos, permitindo encurtar distâncias. De qualquer forma, quem não gosta do género, poderá sentir algum tédio ao final de algum tempo.

Já agora não poderemos deixar de referir um bug estranho que encontrámos, embora não beliscando minimamente a apreciação que fazemos de Dizzy. A partir de certo ponto, não podemos precisar qual, o nome dos objectos e das salas deixou de estra em inglês, passando a aparecer uma série de caracteres que não fazem sentido? Será russo? Não sabemos, mas algo correu mal a certa altura. Felizmente que os restantes melhoramentos feitos pelo programador, nomeadamente o redesenho dos objectos, tornou-os mais facilmente identificáveis e não foi impeditivo de avançarmos na aventura. Caso para dizer: foram limpos alguns bugs, apareceram outros.   

Outro dos melhoramentos que se revelou muito eficaz foi o do próprio sprite de Dizzy ser tratado como uma máscara. Quer isso dizer que agora, quando passa à frente de alguns objectos ou elementos dos cenários, deixa de ter aquela mescla indefinida de cores, que embora não provocando problemas ao nível da jogabilidade, retirava alguma atractividade à aventura.


De resto, esta versão estendida joga-se exactamente da mesma forma que a original. Dizzy tem que explorar a floresta e arredores, incluindo os subterrâneos, criar a poção que vai destruir a terrível doença do pé-de-atleta, assim como derrotar o terrível feiticeiro Zaks. O nível de dificuldade aumentou um pouco, não só porque continua a ser exigido muito pensamento lateral para descobrir onde os objectos devem ser utilizados (alguns são mesmo pouco lógicos), mas também porque os novos ecrãs vêm acompanhados de novos inimigos e obstáculos, alguns dos quais exigem grande destreza para serem ultrapassados.  Verdade seja dita, depois de os ultrapassarmos a primeira vez, rapidamente descobrimos como anular o perigo. Contem também com mais um quebra-cabeças semelhante ao que havia na versão original, na qual tínhamos que descobrir a forma de tirar as grades do caminho. E contem também com novas personagens. E... E... Há tanta coisa nova que não conseguimos referir tudo numa simples review

Outra coisa muito bem conseguida com esta nova versão é que apesar de ter muitos cenários novos, quase que parecem fazer parte da versão original. Surgem de forma natural, perfeitamente enquadrados nos cenários já existentes. Quase que parece uma versão 128K de Dizzy lançada em 1987. Mas o mais espantoso é que tudo isto foi conseguido em apenas 48K. Aliás, ainda sobrou 10K de memória para se fazer mais algumas brincadeiras, caso seja necessário.

Dr. Titus e restante equipa estão de parabéns. Conseguiram trazer vida nova a uma série que está muito longe de estar estafada. O filão continua a render e não nos admiraríamos que as aventuras que foram lançadas depois, seguissem o mesmo caminho. Quem não se apaixonou antes por Dizzy, tem agora oportunidade de se derreter perante delicioso ovo.

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